1. Responsabilidade dos senhores eleitores e candidatos católicos na Vida Pública.
Na vida política, todo católico tem o dever de promover o bem comum, a justiça e a dignidade humana. O Estado Laico não significa a exclusão da Igreja da vida pública, mas sim o respeito mútuo entre as esferas, permitindo a contribuição ética da fé cristã para a sociedade.
2. Na atuação política dos católicos: Defesas de princípios éticos inegociáveis
a) Defesa da vida humana desde a concepção até a morte natural, ou seja, oposição ao aborto e à eutanásia;
b) Defesa da Família, da União entre o homem e mulher, da procriação, sendo contrários a toda forma de ideologia que visa destruir ou avacalhar o matrimônio natural;
c) Defesa da Liberdade religiosa, defendendo o direito de professarmos nossa própria fé e de agirmos conforme a consciência;
d) Defesa dos direitos sociais e econômicos, como o direito ao trabalho, educação, saúde, e ajuda aos mais necessitados (corrupção: pecado).
3. Autonomia Laical e Moralidade
Embora os leigos católicos tenham liberdade para participar da vida política, a autonomia laical não deve ser confundida com independência ética. As decisões políticas dos católicos devem estar sempre enraizadas nos valores morais objetivos. A fé não é uma questão apenas privada, caseira ou isolada, mas deve influenciar nossas escolhas sociais e políticas.
4. Pluralidade de Opiniões e o Bem Comum
A Igreja reconhece a possibilidade da pluralidade de opiniões em questões políticas, desde que não comprometam os princípios éticos fundamentais. Em muitas áreas, como economia e políticas sociais, pode haver diversidade de soluções aceitáveis, em outras como as listadas até aqui, não pode haver relativismo.
5. Participação Consciente e Coerente
Os católicos são chamados a participar ativamente na vida pública, mas devem fazê-lo com coerência entre a fé que professam e as práticas no foro externo (não somos livres para dizer como o somos para pensar). Não devemos apoiar políticas ou partidos que contradigam os ensinamentos essenciais da Igreja.
6. Opiniões Políticas e Compromisso com a Justiça
Fiquemos atentos ao relativismo moral que ignora a dignidade humana. Os católicos devem se opor a legislações injustas e promover políticas que favoreçam a justiça e a proteção dos direitos fundamentais das pessoas.
7. Igreja e Política
Embora a Igreja não deva identificar-se com partidos ou ideologias, ela tem o direito e o dever de orientar os fiéis, especialmente em questões que envolvem a moralidade pública, sempre visando o bem comum e a proteção dos valores cristãos (votarmos em candidatos católicos).
*Extraídas da Nota Doutrinal sobre a participação dos católicos na vida política, publicada em 24 de novembro de 2002 pelo então Joseph Card. Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, que trata da responsabilidade dos católicos de atuarem de acordo com sua fé e os princípios morais na esfera política.
Atenciosamente,
Pe. Diego Oliveira Reis
Pároco e Cura