SOBRE AS ADORAÇÕES, VIGÍLIAS E CULTOS EUCARÍSTICOS FORA DA SANTA MISSA NA PARÓQUIA NOSSA SENHORA AUXILIADORA

“Redde mihi rationem villicationis tuae” Lc 16, 2

 

Aos Ministros Extraordinários da Comunhão Eucarística e demais coordenadores de pastorais, movimentos e serviços,

A partir das normas da Santa Sé, da CNBB e de nossa Diocese, pela presente circular, desejo de maneira simples e clara, apresentar algumas orientações acerca das formas mais adequadas para o culto eucarístico fora da santa missa, em nossa paróquia.

Como Igreja, queremos reafirmar que “a celebração da Eucaristia no sacrifício da Missa é a origem e o fim do culto que lhe é prestado fora da Missa” (Eucharisticum Mysterium n. 3). Isso significa que a celebração eucarística é o ápice para o qual tudo na Igreja deve convergir, ainda que a presença do Senhor também permaneça nas espécies eucarísticas que se conserva em nossos templos, depois de nossas celebrações.

Desde os primeiros séculos da Igreja, sabemos que a primeira finalidade de conservar a Eucaristia nos sacrários, é a administração do viático (comunhão dos gravemente enfermos). Secundariamente, são a distribuição da comunhão para aqueles que não têm possibilidade de ir à santa missa e a adoração eucarística por parte dos fiéis (n. 49). A conservação das sagradas espécies, portanto, fez nascer na Igreja um salutar costume da oração. Por isso e para isso, é que deixamos aberta durante o dia a capela do Santíssimo em nossa Catedral Diocesana.

Observem que mesmo estando fechado o sacrário, ali está a presença real de nosso Senhor e, portanto, nem a ambula e nem o sacrário nos impedem de saber que estamos diante do Santíssimo na adoração. O ato de adorar não pode ser restringido a uma experiência meramente sensorial, ver, tocar, etc. mas se refere à disposição da alma do fiel que deseja render graças, súplicas e louvores à presença de Jesus Sacramentado exposto ou não. Assim, para que se evite abusos, excessos ou o perigo de profanação, no meu ofício de pastor e cura de almas, recomendo que ordinariamente em nossa paróquia, o Santíssimo seja exposto no ostensório (exposição solene) apenas nas adorações públicas em todas as quintas-feiras do ano, como de costume, nas solenidades e festas conforme determinarem o Pároco e o Bispo Diocesano e em casos específicos autorizados por estes. Nas demais situações, para as adorações em retiros, reuniões e encontros promovidos pelas pastorais, movimentos ou serviços da paróquia, adote-se a partir da presente circular, o costume de se abrir o sacrário ou de se expor na ambula (exposição simples) sempre, é claro, sob a aquiescência do Pároco. Evitem-se as vigílias e conservações noturnas do Santíssimo Sacramento fora da catedral diocesana e das comunidades. Casos particulares deverão ser autorizados especificamente pelo pároco ou Bispo Diocesano.

O Dicastério para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos na Introdução Geral do Ritual denominado A Sagrada Comunhão e o Culto do Mistério Eucarístico Fora da Missa, recomenda que na exposição do Santíssimo Sacramento com ostensório acendam-se quatro ou seis velas, e onde por falta de número conveniente de adoradores não se puder realizar uma exposição prolongada, se faça uma exposição breve (n. 85 e 88). Como os ministros ordinários da exposição e da bênção eucarística são o sacerdote e o diácono e pelo conhecido princípio latino “ubi maior minor cessat” (onde está o maior, o menor cessa), os ministros extraordinários da comunhão eucarística só podem expor e repor o Santíssimo, com ambula ou ostensório, na ausência ou impossibilidade destes (n. 91). Nunca, porém, podem conduzir o Santíssimo em “procissão” ainda que breve, ou muito menos dar a bênção eucarística.

Após essas cautelosas e necessárias disposições, fruto do “zelo que nos consome” (Sl 68, 10), rezemos uma Ave Maria à nossa Padroeira, adoradora eterna de seu divino filho, para que nossa paróquia continue obedecendo prioritariamente àquilo que os antigos ensinavam: sancta sancte tractanda (as coisas santas sejam tratadas santamente).

Eunápolis-BA, 07 de junho de 2024. Solenidade do Sagrado Coração de Jesus.

Com minha bênção, atenciosamente,

 

Pe. Diego Oliveira Reis
Pároco e Cura da Catedral